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Abro mão da miséria lunática social, para nutrir-me da essência regada pela fantasmagórica poetização mundial, ainda que seja criada apenas por mim.
Interiorana do Estado de São Paulo, faço do meu nicho social, minha revolução.

Kim Walachai

Um café, uma xícara e Eu.

"A EXISTÊNCIA CARACTERIZA O REAL... MAS O SURREAL, NÃO ANULA O QUE DE FATO EXISTE!"

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Histórias



Que fique claro: a vida não cobra nada da gente.
Somos nós, quem cobramos da vida sempre, o tempo todo!
Talvez, esse seja meu último poema.
Diferente daquele que achei que fosse o último romance, isso é privilégio só do Marcelo Camelo.
Acima dos olhos, só os céus, meu violão e um amor.
É o rio que desagua todos os dias no meu conflituoso oceano.


sábado, 21 de maio de 2011

Você que pode ser muita gente!


Não deposite sua fé em mim, sou de carne e muito osso!
Não perca seu tempo, nas palavras que escrevo ou no som que sussurro!
Não se iluda, criando uma perspectiva inexistente!

Ei, você!
Você que pode ser muita gente!
Você que tem muitas cores e sabores.
Ei, você!

Passe por mim e não pare!
Me encanto também por quem não me dá bola!
Me ignore!
Me questione, odeio quem concorda comigo o tempo todo!

Ei, você!
Você que deve ser tanta gente!

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Ao cair da árvore



Preciso ir e quando voltar, não quero encontrar vestígios de ninguém!
Quero somar! Trazer pra dentro, o que de fora eu pude roubar.
Buscar de longe, novas metas.
Resgatar sonhos e cruzar com novas e velhas histórias.
Cantar sorrisos e me encantar com poesias.
Decifrar retratos, desenhar nas nuvens e soletrar estrelas.
Saltar lagos cobertos por folhas secas.
Ouvir o som do mar, perto do concreto.
Colorir o preto e branco feito nos prédios.
Rabiscar a intuição e esboçar os desejos.
Cantarolar versos, só pra encorajar almas.
Acariciar meu ego, com o afrouxamento que a vida permite.
Circular jornais, sem pretensão alguma, só pelo prazer de circular!
Criar gestos, sendo todos incompletos.
Massagear a escuridão, pra quando amanhecer, surgir um novo dia.
Assim Eu vou, pra talvez voltar.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Lendo como grito!


Tira o corpo fora.
Fica nua, nu, preto e branco.
Toca, reclama, amacia, cheira, sente!
Pisca, fecha e abre vagarosamente.

Chora, chora mais!
Agora respira fundo, alivia a alma e prende!
Estende a mão, gira os olhos e abraça.
Maqueia, sorri, finge, finge menos, beija!

Troca de novo!
Passa, volta!
Deita, sente, sente, mente!
Deseja, conquista, flerta, não entende.

Homem, mulher, gente!
Gente que pensa na gente.
Mente, não sente, sente!
Troca!

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Nostalgia



Estranho o sabor amargo que fica entre a boca e o estômago. Um misto de saliva e lágrimas, de um tempo que o vento levou pra baixo das folhas secas. Meio esquecidas, jamais perdidas! Saudosa lembrança corrompida pela dor do desapego. Pior quando não se quer deixar ir, mas se vai.


Será o tempo que ficou pra trás?
Lembranças que perturbam e congestionam a mente?
Coração torto, batendo em direções opostas?
Sentimentos limitados, aguçados, desejando o que já se viveu?


NOSTALGIA!


Corta o imaginário e vai até o bem comum real.
Parte significativa pra continuar seguindo o caminho que há pra se escolher.
Memórias saudosas, dolorosas, impacientes...
Dor, desilusão, mágoas, alegrias, prazeres...
... PASSADO?!


NOSTALGIA!


Corda bamba entre um rio desaguado e a próxima queda d'água.
Ligeira sensação de restauração...
Consignação!


Solidão...


Relaxa! Isso passa, volta e precisa continuar!

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Andrea Doria -- Renato Russo


Às vezes parecia que, de tanto acreditar
Em tudo que achávamos tão certo,
Teríamos o mundo inteiro e até um pouco mais:
Faríamos floresta do deserto
E diamantes de pedaços de vidro.
Mas percebo agora
Que o teu sorriso
Vem diferente,
Quase parecendo te ferir.
Não queria te ver assim -
Quero a tua força como era antes.
O que tens é só teu
E de nada vale fugir
E não sentir mais nada.
Às vezes parecia que era só improvisar
E o mundo então seria um livro aberto,
Até chegar o dia em que tentamos ter demais,
Vendendo fácil o que não tinha preço.
Eu sei - é tudo sem sentido.
Quero ter alguém com quem conversar,
Alguém que depois não use o que eu disse
Contra mim.
Nada mais vai me ferir.
É que já me acostumei
Com a estrada errada que eu segui
E com a minha própria lei.
Tenho o que ficou
E tenho sorte até demais,
Como sei que tens também...

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Não sei dizer... nem entender...


"Tira seu tempo comigo por um tempo?"

"Tira seu tempo comigo por um tempo?"

"Tira seu tempo comigo por um tempo?"

"Tira seu tempo comigo por um tempo?"

"Tira seu tempo comigo por um tempo?"

"Tira seu tempo comigo por um tempo?"

"Tira seu tempo comigo por um tempo?"

"Tira seu tempo comigo por um tempo?"

"Tira seu tempo comigo por um tempo?"

"Tira seu tempo comigo por um tempo?"

"Tira seu tempo comigo por um tempo?"

Certas Coisas


Não quero ir pra lugar algum, além daquele que já fui.
Ao mesmo tempo, quero descobrir grandes tesouros, novos mares.
São tantos anseios em um só corpo, que não me permite agir com maior elasticidade.
Tem ainda o medo, que retrai, contrai e esmaga meus sonhos.

Quero tanto provar do veneno doce, quando ainda tenho na boca o gosto amargo do último veneno que provei.
Não me esqueço das dores devido as contrações. Mas Eu sou assim, curiosa!
Não sei explicar...

"A vida é cheia dessas coisas que não se pode entender. Tem tanta coisa nessa vida que não se deve entender..."

Vida...

Desejo.
Medo.
Rascunho.
Teatro.
Sonho.
Ilusão.
Amor?
-- Não --

Vida...

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Morreu


Hoje acordei sangrando!
Não dói, mas sangra bastante!
Sonhei com um olhar desconhecido e um sorriso entre as ruínas do meu querer e do proibido.
Sendo assim, resolvi matar!

Declaro que a partir deste momento, mato Jorge, mato Maria, mato Lúcio, mato Tereza, mato até quem não lembro que devo matar!
Ah! Mato também a moça que já morreu!

Mato a memória, a lembrança, seja o nome que tiver de ser!
Mato a angústia, o desejo, o medo, o repouso longo, mato tudo que me agonia!
Mato ainda, a tristeza, mato a ira e mato o desconforto!

Acho que agora posso dormir em paz e deixar de sonhar com o que não me pertence!
Matei até o que não era meu, mas se posso matar, Eu mato!

Não é extinto assassino, é rebelião mesmo!
É o desejo de gritar que não quero mais essa confusão.
Que agora todos saibam, que tudo que nascerá de mim, morrerá de mim!

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Um amor e um vinho virando vinagre.





"Já começou?
1,2,3... testando!
O meu ponto de vista é vago e tão distante, do real definido como concreto.
Entendeu? Explico de novo!
Ouço, não vejo, busco entender, o que não é o mesmo, daquilo que querem que Eu entenda!
Tão fácil né? [...] Não!
'Coisificando' as estruturas de quem ainda vive, posso dizer que desejo matar!
A ira, não pertence a mim e sim as antigas personagens, das quais Eu mesma desconheço.
Sendo assim, diante de tantas especulações, resolvi criar algumas situações.
Bora lá?"

Ela olha da janela, como se esperasse alguém chegar de muito longe.
A pessoa que Ela tanto espera está morta, mas Ela ainda não sabe.
Já preparou o vinho e os dois copos que comprou no mercadinho ao lado.
Espera com um brilho no olhar, que diga-se de passagem é tão atraente!
O telefone não toca, a TV está quebrada e Ela não usa o computador.
Enquanto aguarda, fica lendo as velhas cartas que recebeu há um certo tempo.
Está esfriando na varanda, melhor fechar a janela, mas Ela não fecha!
Suas esperanças são tão agudas, que Ela não se dá conta de como tudo isso é perigoso!
Sim, perigoso!


Uma moça, tão jovem como Ela, na janela de sua casa pequena e fria.
Tão solitária à espera de quem já morreu.
Tudo bem que Ela ainda não sabe disso, mas a outra pessoa está morta!
Ligou o rádio e bebeu mais um pouco daquele vinho, que por sinal está ficando quente.
A boca e a língua massageiam o líquido, criando um espetáculo único ao paladar.
Ah! Ela está só de camisola...
Tão bela menina, mas tão confusa e solitária.
A outra pessoa não liga, ninguém mais dá sinal de vida e mil e uma outras pessoas circulam pelas ruas.
Ela está preocupada! Nem tanto com a outra pessoa, mas sim com o que Ela sente por Ela mesma.
Não é egoísmo, é vida real!


Bebe mais um pouco do vinho, já meio frio, meio quente.
Se aquece com uma manta que estava no sofá.
Olha 'pras' horas, como se o relógio fosse falar.
Se movimenta em direções opostas, é um rio de sentimentos e ilusões.
Ela está só!
Vejo Ela aqui de fora, sinto sua tristeza e não posso tocar.
Alguém está a sua porta, ouço passos.
Ela finge não saber e aumenta o volume do rádio.

A pessoa que Ela tanta deseja, já morreu...
E agora Ela está só, mas Ela não sabe.
A garrafa de vinho, está menos da metade do que deveria estar.
Sua manta, está caindo dos seus ombros, junto às suas lágrimas que escorrem do seu rosto pálido.
Tenho medo por Ela...
Suas pernas estão bambas e o mundo começa a girar.
Ela não fuma, mas acendeu um cigarro hoje.
Ela vai cair...
Poderia ir pra cama, mas insiste em esperar.
Olha as luzes da cidade e não enxerga ninguém, além Dela na varanda.

Seu cabelo fedendo cigarro, se entrega ao vento.
Suas mãos geladas pegam o copo, enquanto a boca saliva a última gota do vinho.
O mundo está ficando escuro, o céu já não é mais só o que está acima dos olhos.
Atenção! O telefone tocou!
SILÊNCIO!
Chama, chama, mas Ela não pode mais atender.
Aquela linda mulher, está estirada na calçada.
Deitada em seu próprio sangue com a cor de vinho.
Não pode ouvir o telefone tocar, nem ouvirá a notícia que tanto esperava.

Secretária eletrônica atende:
"Oi, desculpe ligar assim. Você nem sabe quem Eu sou.
Tenho avistado você ultimamente, mas nunca nos falamos.
A situação é a seguinte, sabe aquela moça que costuma beber vinho com você em sua varanda?
Então, sinto lhe dizer, que estávamos na mesma estrada, vindo pra cidade. O carro Dela estava na frente do meu. De repente, ouvi um barulho, foi tudo muito rápido! Um caminhão, arrastou o veículo Dela com muita força. Só deu tempo de te ligar e dizer que Ela está morta! Sinto muito! Até logo!"